terça-feira, 29 de março de 2011 às 12:54

Criminalidade feminina no Espírito Santo cresceu 28% em um ano

por Lygia Bellotti, Lyvia Justino e Tatiana Arruda 

Para tentar entender o contexto da violência no universo das mulheres que cometeram crimes, as repórteres Lyvia Justino, Lygia Bellotti e Tatiana Arruda foram ao Presídio Estadual Feminino, em Tucum, e conversaram com a diretora do presídio e com duas mulheres que estão cumprindo pena no local.
Situação atual
O Presídio Estadual Feminino, em Tucum, Cariacica, é o maior presídio feminino do Espírito Santo, com capacidade para 175 presas, mas atualmente abriga 424 detentas. Se comparado ao mesmo período de 2005, o número de detentas em Tucum praticamente dobrou. A rotatividade de mulheres que passam pelo presido também é grande. Por dia entram e saem em torno de dez mulheres.
Segundo a diretora do presídio, Maria Aparecida de Azevedo, cerca de 70% das presas cumpre pena por tráfico de drogas, e 82% delas têm algum envolvimento com outras pessoas que estão presas, como filhos e marido. Maria Aparecida destacou ainda que o maior motivo de envolvimento das mulheres com o crime é resultado da influência masculina. “Elas fazem parte da área periférica do tráfico, e são parceiras ou familiares de de traficantes”.
Projetos de ressocialização
Diversos projetos são desenvolvidos dentro da penitenciária para proporcionar possibilidades mais efetivas de ressocialização e de reintegração com a sociedade. O trabalho na produção de roupas, oferecida por uma fábrica do Estado para as presas, pode reduzir a pena em até um terço.
Outras atividades como festas para comemorar datas como Dia da Mulher, Dia das Crianças e Natal também são realizadas em Tucum. O objetivo, segundo Maria Aparecida, é promover interatividade e melhorar o relacionamento entre as mulheres.
Para Maria Aparecida, estas atividades ajudam a despertar a idéia de que existem possibilidades fora do crime. “Quando a sociedade se dispõe a vir até o presídio e se envolver com as detentas, ela vem trazendo uma visão desprovida de preconceito. E dão a elas oportunidade de ter consciência de que podem sair daqui diferentes, melhores”, ressaltou.
Condenada por assalto à mão armada, Débora Matos, 23 anos, acredita que os projetos de ressocialização desempenhados dentro do presídio ajudam a ocupar o tempo e a mente, além de promoverem a interação entre as detentas. “Participo de todas as atividades que são oferecidas aqui, faço ioga, jogo vôlei, vou às reuniões em grupo. E quando tem alguma festa, eu sempre me divirto, consigo esquecer por um instante que estou presa”. Debora afirmou também que as atividades favorecem a harmonia entre as internas.

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