terça-feira, 29 de março de 2011 às 13:03
Atrás dos muros de Tucum histórias de dor e esperança





José Rabelo


(“Nossa geração não lamenta tanto os crimes dos perversos quanto o estarrecedor silêncio dos bondosos”. Martin Luther King)


Rebeliões constantes e sangrentas que deixam um rastro de mortes e de terror; fugas facilitadas por policiais corruptos que também são responsáveis pela entrada de celulares, drogas e armas nas prisões; detentos comandando o crime organizado de dentro das cadeias; superlotação, falta de dignidade e desrespeito aos direitos humanos. Esses são só alguns dos problemas que já se tornaram corriqueiros no sistema prisional brasileiro. A situação crônica mobiliza organizações nacionais e internacionais preocupadas com esses verdadeiros “depósitos de gente” que, a cada dia, estão mais distantes de seu objetivo principal e final: recuperar essas pessoas para que elas possam ser de fato ressocializadas. Embora esse seja um câncer social que, de maneira direta ou indireta, espalha suas ramificações para toda a sociedade, grande parte das pessoas prefere se afastar do problema e simplesmente empurrá-lo para debaixo do tapete. Por sorte, uma minoria valente prefere encarar o desafio e dar sua contribuição para tentar transformar o caos em esperança de vida para quem está lá dentro e também para nós que estamos aqui fora.


Cristal Carvalho, proprietária da Cristal Produções, faz parte dessa minoria valente. Há cerca de quatro anos ela foi convidada pela Secretaria de Estado da Justiça (Sejus) para produzir um vídeo que mostrasse às ações de ressocialização que eram promovidas dentro das penitenciárias capixabas. “Em princípio, confesso que o tema não tinha muito a ver com o trabalho da produtora. Mas quis conhecer de perto a realidade do sistema prisional para avaliar melhor a proposta”. Embora os amigos e familiares pedissem para que ela não se metesse com isso. Cristal foi buscar fibra e determinação no seu sangue nordestino – ela nasceu em Fortaleza, Ceará – para aceitar a empreitada. Percorreu quase todas as penitenciárias masculinas e femininas da Grande Vitória fazendo anotações e colhendo depoimentos. O resultado foi uma série de reportagens especiais que foram veiculadas no programa ‘Bem Viver’, (da GTV - canal 14), que é feito pela sua produtora. Essa primeira experiência fez crescer o interesse de Cristal pelo tema, principalmente quando ela soube que o número de mulheres envolvidas com a criminalidade crescia assustadoramente no Estado. “Esse dado me preocupou bastante. Então decidi que faríamos um documentário sobre esse tema”. No final do ano passado, durante o planejamento estratégico da produtora, Cristal fez questão de incluir no plano a produção de um institucional que fosse feito integralmente com recursos da produtora. Estava sendo escrita a primeira linha do roteiro de “Tucum: de um extremo ao outro”. Com 22 minutos de duração o documentário mostra o depoimento de 14 mulheres – uma delas já em liberdade – do Presídio Feminino de Tucum, em Cariacica. Desde que passou a ser exibido em mostras de vídeo e universidades, o documentário tem sido alvo de discussões acaloradas de pessoas que estão procurando soluções para o sistema prisional feminino. “Parece que o vídeo tem provocado bastante as pessoas. A intenção era justamente essa, levar o problema à tona para ser discutido na sociedade”.


Cristal Carvalho é especializada em comunicação empresarial. Começou a carreira na TV Minas, em Belo Horizonte. No Espírito Santo chegou há 21 anos para trabalhar na TV Vitória, onde ficou por 15 anos. Foi uma das idealizadoras do programa “Vivendo Melhor”. No entanto, o estresse causado pela grande demanda de trabalho fez com que Cristal procurasse um outro espaço profissional. Logo que a TV Gazeta lançou o Canal 14 (GTV), Cristal foi convidada para integrar a equipe. O programa, que continua no ar até hoje na GTV, mudou o nome de “Vivendo Melhor” para “Bem Viver”. O formato do programa também foi ampliado. Menos de dois anos depois ela montou a Cristal Produções e hoje, além do “Bem Viver”, produz vídeos empresariais e institucionais para diversos clientes.


- Século Diário: Como surgiu a idéia de fazer o documentário “Tucum: de um extremo ao outro”?



Foto: José Rabelo
  
- Cristal Carvalho: O programa ‘Bem Viver’ tem uma parceria com o Movimento Capixaba de Voluntariado em um projeto chamado ‘Mão Solidária do Voluntariado’, que inclusive neste ano entre na sua quarta edição. Há cerca de quatro anos, logo quando abrimos a produtora, a Maria José, do Movimento de Voluntariado, disse-me que havia uma demanda da Secretaria da Justiça (Sejus) para produzir algo a respeito do sistema prisional no Espírito Santo. Em princípio, confesso que esse tema não tinha muito a ver com o trabalho da produtora. Porém, quis conhecer de perto a realidade do sistema prisional para avaliar melhor a proposta. Fiz então uma peregrinação por quase todos os presídios capixabas (masculinos e femininos) da Grande Vitória. A Sejus queria que produzíssemos um vídeo que desse maior visibilidade aos projetos de ressocialização. Mas eu queria saber primeiro quem era esse público e como eles estavam vivendo.


- E o que a senhora constatou durante essas visitas?


- Procurei anotar tudo que vi. Além disso, fiz uma série de perguntas aos presos. Por exemplo, no Presídio de Segurança Média de Viana conversei com um detento já bem ‘senhorzinho’ que estava costurando uma bola. Ele me disse com satisfação que era o seu primeiro dia de trabalho. E ressaltou que o pior da prisão era a ociosidade. Foram a partir de depoimentos como esse que eu percebi a importância de se fazer um trabalho que pudesse sensibilizar a sociedade sobre a dura realidade do sistema prisional e que era preciso criar condições para que essas pessoas de fato possam se reintegrar à sociedade. Saí de lá e escrevi o projeto ‘Recuperando Vidas’, em parceria com a Sejus. Eu percebi o quanto as ações de ressocialização eram importantes para dar visibilidade ao outro lado da vida dessas pessoas.


- E como vocês trabalharam o conteúdo desse primeiro material?


- Nós fizemos uma série de reportagens especiais que foram veiculadas no programa ‘Bem Viver’. Mostrávamos nessas reportagens ações de ressocialização que aconteciam nos presídios masculinos e femininos e estavam dando resultados. Uma ocasião nós convidamos para um café-da-manhã as principais autoridades do Estado que estavam envolvidos de forma direta ou indireta com a questão. Chamamos juízes, promotores, secretários de governo, empresários e formadores de opinião para assistirem a um vídeo que produzimos especialmente para o encontro. Nossa intenção era sensibilizar essas pessoas que têm funções estratégicas nas decisões relacionadas ao sistema prisional e provocar a discussão. A partir daí, continuamos buscando novas oportunidades, sempre que era possível, para levar o debate à sociedade.



Foto: Divulgação/Cristal Produções
  
Interna no Presídio de Tucum
- Essas experiências foram amadurecendo a idéia de fazer o documentário de Tucum?


- Sim. No final do ano passado, quando estávamos fechando o planejamento estratégico da produtora para 2007, fiz questão de incluir no plano a produção de um institucional que fosse feito integralmente com recursos nossos. Eu havia acabado de saber que o índice de criminalidade entre as mulheres estava aumentado consideravelmente no Espírito Santo. Esse dado me preocupou bastante. Então decidi que faríamos o documentário sobre esse tema. A equipe, num primeiro momento, foi contrária a idéia. Eles achavam arriscado filmar dentro de um presídio. Mas acabei convencendo a equipe a aceitar o desafio. Quando comecei a montar a história, a primeira pessoa que me veio à cabeça foi a Miriene Soares. Na época em que estávamos fazendo o ‘Resgatando Vidas’, o Tribunal de Justiça lançou o programa ‘Recomeçar’. E a Miriene, que ganhara a liberdade havia três meses, foi beneficiado pelo programa. Ela recebeu a oportunidade de trabalhar na Rede Gazeta, que aderiu ao programa. Eu fiz questão de incluir o relato de Miriene – das mulheres do documentário, a única que está fora do sistema prisional – pelo fato da história dela ter dado certo. Atualmente, ela é chefe de serviços gerais na Gazeta. Quando a entrevistei eu olhava para ela e começava a chorar. E ela continuava firme respondendo às perguntas. Eu tentava imaginar o que aquela mulher havia passado na penitenciária. Ela me dizia: ‘Eu estou aqui trabalhando e meus filhos agora podem contar comigo’. Isso me tocou bastante porque era um depoimento muito forte, muito sincero. Você percebia que a vida dela estava se desabrochando novamente. Por isso, o título do documentário é esse – ‘Tucum: de um extremo ao outro’ -, porque essa era a maneira de mostrarmos que havia duas vertentes. A história de Miriene passou a ser um incentivo para as outras detentas, porque prova que a mudança é possível. Em seguida, montamos o projeto e apresentamos à Sejus para recebermos a autorização para gravar o documentário. Para minha surpresa não houve dificuldades para a secretaria liberar as filmagens. O secretário da Sejus, Ângelo Roncalli, disse que era preciso mesmo mostrar essa realidade à sociedade.



Foto: José Rabelo
  
- Por que a senhora escolheu as mulheres?


- Quase 90% das mulheres que cumprem pena são mães. Se essa mulher é ressocializada ela leva consigo a família. No entanto, no caso de reincidência, ela também vai acabar tornando seus familiares, principalmente seus filhos, mais vulneráveis à criminalidade. A realidade da mulher é muito diferente à do homem. Quando a mulher é presa, os maridos, na sua grande maioria, não visitam as esposas. Os homens, e praticamente toda a sua família, abandonam as mulher na prisão. A mulher não. Ela se mantém firme, dando total apoio ao companheiro que se encontra preso. Por isso, a ressocialização entre as mulheres se torna fundamental. As pessoas precisam olhar para essa situação como um problema social. Porque, se não fizermos nada para reverter esse problema, todos nós continuaremos sendo reféns da violência que é maior a cada dia. 

- Antes de iniciar a gravação do documentário houve algum trabalho de aproximação para conquistar a confiança das presidiárias? 


- Na verdade não houve esse processo de aproximação. Em três oportunidades, com a ajuda das assistentes sociais de Tucum, nós selecionamos 20 mulheres. O convite para participar do documentário, obviamente, era espontâneo. Explicávamos qual era a proposta e aquelas que concordavam assinavam um termo de direito de imagem. Das 20 selecionadas, 15 concordaram em participar do vídeo. Nós procuramos selecionar mulheres com perfis bem diversos. Desde uma que havia se envolvido no tráfico de droga – o que é mais comum -, até uma que havia cometido um crime hediondo. O objetivo era justamente mostrar histórias de vida bem distintas. Na verdade, pensei em levar as fichas para saber quem eu estava entrevistando durante as gravações. Mas na hora acabei esquecendo, o que no final foi muito bom, porque eu não sabia com quem eu estava falando. Isso deu mais imparcialidade aos depoimentos, pois não houve nenhum pré-julgamento da minha parte. Dessas quinze que concordaram, apenas uma desistiu no último momento. Agora, é preciso fazer uma ressalva. As mulheres que participaram do documentário não foram, em momento algum, arredias às perguntas. Elas entenderam o vídeo como uma oportunidade para elas darem visibilidade às suas demandas. Por isso os depoimentos foram tão reais e comoventes.



Foto: José Rabelo
  
- A senhora passou por alguma situação de tensão durante as gravações?


- O secretário (Ângelo Roncalli) me preveniu. Pediu que eu tivesse cuidado, que não me aproximasse muito delas. Entretanto, não houve nenhum problema comigo ou com a equipe. Inclusive, meus dois filhos ajudaram na produção. Foi tudo muito tranqüilo. Elas têm uma carência muito grande de conversar, de trocar. Quase todas choraram durante os depoimentos.


- O documentário foi filmado em um único dia, não foi isso?


- Exatamente. Filmamos pouco mais de cinco horas, entre imagens brutas e depoimentos. Depois editamos 22 minutos para o documentário.


- Foi difícil para escolher o que ficaria de fora do documentário?


- Essa foi a parte mais difícil. Havia muita coisa interessante. Na edição acabei deixando de fora, por exemplo, uma parte do depoimento da Miriene. Nesse trecho a Miriene diz que a época que ela mais usou droga foi justamente no presídio. Ela já era usuária antes de ser presa, mas ela afirma que depois que foi presa passou a ser uma ‘usuária voraz’ de drogas pesadas.


- A senhora tirou esse trecho para preservar a Miriene?


- Realmente eu não sei. Só sei que aquilo me incomodou bastante.


- Mas a idéia não era mostrar a realidade?


- Sim, claro. Ela mesma me disse: ‘Não me pergunte como, mas eu quase morri por causa das drogas aqui na prisão’. Mas o fato é que acabei tirando.


- Após essa última exibição (9/11) do documentário no Cine Metropolis (Ufes), houve uma mesa redonda para debater o tema “Criminalidade Feminina”. Quais são as questões que têm aparecido nesses debates?


- Esse último debate no Metropolis foi fantástico. Participaram da mesa a procuradora de justiça, Catarina Cecin Gazele; a defensora pública geral do Estado, Elizabeth Hadad; a deputada Luzia Toledo, representando a Assembléia Legislativa; José Darcy Arruda, chefe dos delegados de polícia; a Miriene, além da diretora do presídio de Tucum, Maria Aparecida de Azevedo e a da diretora de Ressocialização, Quésia Cunha. Aproveitei que todas essas autoridades estavam presentes para dizer que se o documentário não repercutisse mais nada dali para frente eu a já estava satisfeita. Disse o seguinte: ‘Eu posso querer muito ajudar aquelas mulheres, mas posso fazer muito pouco. Agora, vocês sim têm muito a fazer para transformar efetivamente a vida dessas mulheres’. Por exemplo, a defensoria tem pessoal de menos para atender esse público; o Ministério Público é moroso para julgar esses processos, e por aí vai. Eu percebi que após a apresentação do documentário os participantes da mesa demonstraram estar sensibilizados e, de certa forma, incomodados com o que viram. A procuradora Catarina disse que se sentia no dever de fazer alguma coisa para melhorar a situação dessas mulheres. A deputada Luzia Toledo declarou que passaria o fim de semana todo pensando em soluções. Enfim, parece que o vídeo provocou bastante as pessoas. A intenção era justamente essa.


- Sua visão sobre o sistema prisional mudou antes e depois do documentário?


- Eu não diria que mudou, mas que se intensificou. Por exemplo, essa questão da maternidade eu só fui perceber a dimensão depois que tomei conhecimento das histórias de vida dessas mulheres e entendi o quanto que o futuro de seus filhos depende de um processo de ressocialização positivo. É como eu disse, se a ressocialização não funciona a probabilidade dessas crianças caírem na criminalidade é muito grande. Agora, é importante frisar que a pessoa que cometeu um delito tem de ser punida. Entretanto, a pessoa tem o direito de pagar seu erro com dignidade. Sem dignidade não há recuperação.


- Embora a senhora não seja especialista em segurança pública, a que a senhora atribui o aumento da criminalidade entre as mulheres?


- Acredito que seja a falta de oportunidades de toda ordem aliada ao apelo da sociedade de consumo, que cada vez mais incita o consumismo desenfreado, levando as pessoas a fazerem qualquer coisa para obter um bem. Acho que esse é o problema central. Há um outro fator importante. Geralmente, a mulher tem um papel coadjuvante no crime. Poucas são as mulheres que protagonizam os crimes. Pesa bastante também a cumplicidade amorosa com o parceiro. Normalmente, o homem acaba levando a mulher à criminalidade. E, muitas vezes, elas passam a praticar delitos até ingenuamente. Dos 14 depoimentos, nove mulheres disseram que entraram para o crime por influência do companheiro.


- O que mais lhe chamou atenção nos depoimentos?


- O fato de a maioria ser mãe me tocou bastante. Mas eu também olhava para elas e me perguntava: Será que essa pessoa teve oportunidade de estudar, de ter um trabalho. Quando se está ali, frente a frente com elas, você percebe que aquele é um retrato triste do Brasil. É o Brasil da falta de oportunidades. Isso me sensibilizou muito, porque você fica pensando que as coisas poderiam ser diferentes.


- Quando essas mulheres retomam a liberdade, qual é o maior desafio para elas?


- A Miriene, por exemplo, me disse que seu maior desafio foi o medo de sofrer rejeição, não só por parte da família, mas também da sociedade de maneira geral. Essa sensação de medo é muito forte. Em alguns casos ela acaba ‘paralisando’ a pessoa e impedindo que ela prossiga nesse processo de ressocialização. Se a pessoa não tiver muita força interna ela não avança. A Miriene tem uma força de vontade incrível e uma auto-estima muito grande. Acho que isso a ajudou bastante.


- As mulheres que cumprem pena, a exemplo dos homens, também têm suas próprias regras dentro da prisão. Em Tucum essas regras são muito rígidas?


- Há as regras do próprio presídio e as regras das internas, que normalmente são mais severas que as do presídio. Elas dizem que quando chegam ao presídio sofrem muita pressão. A situação se torna mais tensa para as que cometeram crimes hediondos de repercussão pública. Por exemplo, aquela moça que está sendo acusada de participar do assassinato daqueles dois garotos que andavam de bicicleta e foram cruelmente assassinados em Vila Velha, até concordou em fazer o depoimento, mas ela não pôde sair ‘do seguro’ para falar conosco. Se ela sair de lá é morte na certa. Crimes hediondos principalmente contra crianças não são tolerados. Toda cela tem uma liderança que determina as regras ali dentro. Quem fere o código sofre punição. Segundo elas, os maiores incidentes acontecem à noite. Como as celas estão superlotadas, muitas vezes, quando uma delas se levanta à noite para ir ao banheiro acaba pisando, sem querer, em uma outra que está deitada. Isso é motivo suficiente para causar uma grande briga. A falta de privacidade causada pela superlotação torna a convivência bem mais difícil. Essa é uma queixa recorrente entre as mulheres.



Foto: Divulgação/Cristal Produções
  
Vista externa do Presídio de Tucum
- Como elas compensam a carência afetiva dentro do presídio? Ouvi dizer que existe uma cela reservada, com o consentimento da direção do presídio, para que elas possam manter relações sexuais entre elas.


- Ninguém comentou sobre essa cela em específico. Eu acho que há relações homossexuais dentro das próprias celas. Nos depoimentos nós escolhemos algumas que são assumidamente homossexuais, com a intenção de garantir a diversidade do documentário. Dá para perceber que a libido ali dentro é exacerbada. Muitas mulheres, diante das circunstancias, da pressão, da carência, acabam tendo relações homossexuais. Isso não quer dizer que quando ela sair dali continuará a ter preferência por mulher. Acho mesmo que é uma situação circunstancial. Nitidamente é possível perceber que algumas mulheres assumem um perfil bem masculinizado. Muitas comentam abertamente que são ‘casadas’. No geral, a carência é muito grande entre elas. Já os homens, ao contrário das mulheres, abandonam suas companheiras no presídio. Poucas presas têm parceiros fixos e recebem visitas íntimas.


- Quais são seus planos para o documentário de agora em diante?


- Estamos recebendo vários convites para exibir o documentário. Inclusive o presidente da CPI do Sistema Carcerário, deputado Neucimar Fraga – que esteve recentemente no Espírito Santo visitando os presídios -, tomou conhecimento do vídeo é quer levá-lo para Brasília. Fiquei um pouco surpresa com a boa repercussão do documentário. Está sendo além do que eu esperava.


Diante do sucesso de “Tucum...” a senhora pretende fazer um novo documentário?


- Com certeza. O tema do próximo documentário deve ser gravidez na adolescência. Inclusive, esse tema faz até um link com ‘Tucum’. Embora eu não esteja necessariamente querendo forçar esse link. Pensei no tema porque a gravidez precoce é um problema social gravíssimo que precisa ser enfrentado.
http://www.seculodiario.com.br/arquivo/2007/novembro/17_18/entrevista/entrevista/17_11_01.asp

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